Mercado financeiro reduz projeção do IPCA de 6,61% para 6,40% em 2022

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O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (12) mostrou continuidade do movimento de melhora das expectativas de inflação para 2022 e 2023, ao mesmo tempo em que aponta deterioração para 2024, para onde caminha o horizonte relevante de política monetária.

Para 2022, a estimativa para alta do IPCA – índice de inflação oficial – foi reduzida pela 11ª semana seguida, de 6,61% para 6,40%, reflexo das desonerações patrocinadas pelo governo para baixar combustíveis e energia e também do recuo dos preços de gasolina.

Há um mês, a projeção era de 7,02%. Em relação a 2023, a mediana recuou pela quarta semana consecutiva, de 5,27% para 5,17%, contra 5,38% quatro semanas antes.

Considerando somente as 77 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2022 passou de 6,27% para 6,06%. Para 2023, variou de 5,09% para 5,05%.

Apesar da melhora considerável nas últimas semanas, as medianas divulgadas na Focus continuam a apontar para três anos consecutivos de estouro da meta a ser perseguida pelo Banco Central, após o descumprimento já observado em 2021, com o IPCA de 10,06%. O alvo para 2022 é de 3,50%, com tolerância superior de até 5,00%, enquanto, para 2023, a meta é de 3,25%, com banda até 4,75%.

Contrariando o movimento firme observado nas projeções para 2022 e 2023, a mediana para o IPCA de 2024 voltou a avançar, de 3,43% para 3,47%, contra 3,41% há um mês. Na semana passada, o diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra, afirmou que o aumento das expectativas de 2024 tem incomodado a autoridade monetária.

Na Focus, a previsão para 2025 permaneceu em 3,00%, porcentual igual ao de 61 semanas atrás. A meta para os dois anos é de 3,00%, com intervalo de 1,5% a 4,5%.

No Comitê de Política Monetária (Copom) de agosto, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 6,8% em 2022, 4,6 % em 2023 e 2,7% para 2024. O colegiado elevou a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,75% ao ano.

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre o ano nesse patamar. Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia para 11,25% ao ano. Já para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 8% ao ano e 7,5% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da taxa Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

As instituições financeiras consultadas pelo BC elevaram a projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano de 2,26% para 2,39%. Para 2023, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no País – é de crescimento de 0,5%. Em 2024 e 2025, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,8% e 2%, respectivamente.

A expectativa para a cotação do dólar manteve-se em R$ 5,20 para o final deste ano. Para o fim de 2023, a previsão é de que a moeda americana também fique nesse mesmo patamar.

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