A inovação será uma área essencial para a recuperação da economia no pós-pandemia e o Rio Grande do Sul demonstra capacidade para se tonar um dos principais centros de inovação do mundo, especialmente da América Latina. O apontamento é feito pelo presidente da Federasul, Anderson Cardoso, que participou nesta segunda-feira (22) da 17ª edição do Congresso da entidade, realizado de forma híbrida no Instituto Caldeira e que abordou o tema: “Inovação. O Futuro é Agora”.
“Sem inovação deixamos de ser competitivos”, adverte o dirigente. Ele recorda que muitas empresas já têm colocado o consumidor no centro de suas ações por meio de soluções tecnológicas. Cardoso frisa que o PIX, que recentemente completou um ano de existência, possui cerca de 110 milhões de usuários. O presidente da Federasul complementa que aproximadamente 40% de todo o comércio mundial já é feito de forma digital.
Dentro dessa lógica, o vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes, ressalta que a capital gaúcha aposta na capacidade que o setor privado tem em fazer uma transformação na cidade. “A inovação depende essencialmente do segmento empresarial”, reforça Gomes. Ele argumenta que inovar é um processo de tentativa e erro, que é típico do mercado.
Comprovando a vocação para inovação de Porto Alegre, o diretor de relações governamentais e assuntos regulatórios da IBM América Latina, Fabio Rua, revelou no evento da Federasul que o Instituto Caldeira, localizado no 4º Distrito, será, em breve, a casa da IBM no Rio Grande do Sul. “Espero que no começo do ano que vem a gente consiga trazer os nossos parceiros e colaboradores para esse ambiente de inovação”, informa. O Instituto Caldeira é uma instituição sem fins lucrativos, que busca conectar empresas e startups para estimular o ecossistema de inovação do Rio Grande do Sul.
Outro participante do encontro dessa segunda-feira, o sócio da 3G Radar Ricardo Geromel, autor do livro “O poder da China”, abordou o tópico de como o Brasil pode aprender com outros países, em especial com essa nação asiática que é a principal parceira econômica dos brasileiros hoje, sendo destino de 32% das exportações nacionais. Ele comenta que o crescimento chinês passa pelo investimento em inovação e educação.
Como exemplo da inserção tecnológica chinesa no Brasil, Geromel destaca que a maioria dos downloads feitos no País atualmente são de aplicativos procedentes daquela nação como o Kwai e o TikTok. O integrante da 3G Radar acrescenta que 21% do que é vendido através do e-commerce no Brasil é proveniente do exterior, sendo a maior parte da China.
Por sua vez, o empresário Salim Mattar, sócio-fundador da Localiza, afirmou em sua palestra que nenhum governo chega a ser tão poderoso que possa deixar de atender às expectativas do mercado. “A economia é a base da sociedade”, diz o empresário, que defende a redução do tamanho e da influência do Estado. “Quanto menos governo melhor, se tiver ausência absoluta de governo melhor ainda”, sustenta. Ele comenta que o Brasil possui cerca de 20 milhões de desempregados e é necessária uma economia saudável para criar empregos.
Também com o foco em gerar negócios, a Federasul aproveitou o congresso sobre inovação para lançar a Plataforma Federasul 4.0, desenvolvida com o apoio da Fábrica do Futuro. A solução conectará todas as mais de 170 entidades filiadas da entidade em um só local que vai compartilhar perfis, conteúdos e serviços.
O presidente da Federasul adianta ainda que a entidade pretende fazer a transição do analógico para o digital. Em 28 de outubro de 2022, a instituição comemorará 95 anos de atividades e entre outras ações que serão realizadas vinculadas ao evento, Cardoso cita a realização de uma campanha de imagem, com a mudança da logomarca da entidade. Mais adiante, outras iniciativas serão adotadas para comemorar o aniversário, como a apresentação de um livro sobre a entidade.
Fonte: Jornal do Comércio
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