Abertura de empresas do mercado pet dispara no primeiro semestre de 2021

Clique e Compartilhe:

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin

Cristine Pires

Bastar dar uma circulada pela cidade para se deparar com uma nova pet shop, não apenas em áreas centrais, mas no próprio bairro, pertinho de casa. O mercado voltado a animais de estimação já vinha em ritmo constante de crescimento, mas, com a pandemia, as atenções se concentram ainda mais para negócios neste nicho. Com o isolamento social imposto pela pandemia, a adoção ou compra de pets para companhia teve um boom, e com ele, a procura de produtos e serviços para os novos integrantes da família.

O resultado foi um acréscimo de 39% na abertura de micro e pequenas empresas do ramo no primeiro semestre deste ano em relação a igual período de 2020. O percentual é ainda mais significativo em relação ao registro de Microempreendedores Individuais (MEIs) com foco em atividades pet, que teve incremento de 46% de janeiro a junho de 2021 sobre o mesmo período do ano passado. Os dados são de levantamento realizado pelo Sebrae, com base em dados da Receita Federal.

E não são apenas as novas empresas que mostram a expansão do segmento pet. O setor apresentou uma das menores quedas de faturamento durante a pandemia. É o que mostra a série de pesquisas que mede o impacto da Pandemia do Coronavírus nas Micro e Pequenas Empresas, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) a partir de 2020. Isso porque, além do isolamento social, o número de trabalhadores que migrou para o home office fez com que os tutores percebessem mais de perto as necessidades de seus pets.

“O segmento já era forte e registrava tendência de alta antes da pandemia. Ao ser um dos menos atingidos pela crise, acabou motivando empreendedores a investir neste mercado”, avalia o gerente-adjunto de Competitividade do Sebrae, Cadu Santiago, que alerta para a importância de os novos empresários do ramo estarem preparados.

O especialista lembra que o empreendedorismo por necessidade, que teve um salto em função da crise econômica decorrente do coronavírus, muitas vezes não leva em conta as especificidades do ramo de atividade escolhido. Para as pessoas que se viram obrigadas a empreender para ter uma opção de renda e acabaram escolhendo o mercado pet para começar um negócio, Santiago recomenda um bom planejamento. “É preciso que se preparem adequadamente para que consigam se manter no mercado, pois apesar do aumento da demanda, também houve um aumento da concorrência”, observa.

E a busca por especialização repercutiu também na área de treinamento. O Cpea – Centro Profissionalizante de Estática Animal, com sede em Porto Alegre e13 anos de atuação na área de ensino, tem registrado cada vez mais procura por formações específicas. “Nunca vimos o mercado de banho e tosa tão aquecido. Estamos atendendo muitos alunos do Interior do Estado que buscam o curso porque querem abrir ou recém inauguraram sua pet shop”, conta Glaziete Pinto, professora e vice-diretora do Cpea.

Outro curso que está em alta é o de auxiliar técnico veterinário, uma vez que muitas clínicas veterinárias estão expandindo ou abrindo filiais para dar conta do aumento da demanda. Com mais clientes para atender, a saída tem sido ampliar as equipes de profissionais. Além disso, a formação para ser dog walker (passear com cães) e monitor de creches para pets também passou a ser vista como diferencial, o que levou ao aumento de matrículas no Cpea.

Além de estudar o mercado, o empreendedor precisa escolher o ponto comercial adequado, selecionar e treinar a equipe, pesquisar fornecedores, montar o estoque, adquirir os equipamentos necessários e providenciar as licenças necessárias para o negócio. As especificidades do segmento também têm que ser levadas em conta. De acordo com o Sebrae, um ponto importante é que todo estabelecimento que vende produtos e serviços veterinários, inclusive banho e tosa, deve ter um médico veterinário como responsável técnico.

Ações que podem fazer a diferença

  • Os custos são um dos principais pontos a serem considerados no planejamento, uma vez que a inflação tem aumentado o valor pago por matérias-primas que compõem produtos e alimentação para pets.
  • A tarifa de energia também pode fazer diferença nas contas do mês. Uma medida que pode ajudar a reduzir os gastos é o uso racional desses recursos em serviços como banho e tosa, com a adoção de equipamentos mais eficientes por exemplo.
  • Adotar medidas para diminuir os gatos é fundamental para evitar o repasse dos aumentos para os clientes.
  • Empreendedores que decidem investir no segmento pet devem acompanhar as tendências desse mercado, que conta com grandes players.
  • Entre elas, está a realização de parcerias com espaços pet friendly, como shoppings, empresas turísticas como hotéis e pousadas, restaurantes e centros comerciais.
  • Outra tendência que vem do mercado norte-americano e já chegou ao Brasil é o pet móvel, que possibilita o atendimento na casa do cliente. Os veículos são adaptados com todos os equipamentos para a estética e higiene, além de espaço para atendimento veterinário.
  • É interessante ainda que os empreendedores inovem e diversifiquem a oferta de produtos, não se limitando à venda de itens comuns. Vale a pena oferecer opções variadas de serviços, possibilitando que o cliente encontre tudo o que precisa.
  • Em serviços de estética, adestramento ou hospedagem de pets, é essencial ter processos que assegurem a segurança e o bem-estar dos animais. A confiança dos clientes na empresa pode ser um diferencial na concorrência com grandes empresas do segmento. 

Fonte: Jornal do Comércio

Link: bit.ly/3DfYKiU

Precisando de um escritório de contabilidade confiável e moderno?